sábado, 17 de dezembro de 2011

Capítulo 5

Sophia continuou sendo puxada até que ficasse à alguns metros de Luísa. Estava um pouco confusa, afinal, não fazia a mínima ideia de quem a estava conduszindo.
- Ahn... desculpa a pergunta, mas quem é você, e pra onde está me levando? - perguntou Sophia um pouco atordoada.
- Desculpa ter que ser apresentado assim, mas era o único jeito. Meu nome é Lippe, e seu irmão quem pediu que eu viesse. Parece que o boato entre você e o Caíque se espalhou por toda a escola. Mas toda mesmo.
Sophia corou.
- Ótimo, o que mais pode acontecer para que eu me sinta mais humilhada?
Lippe tinha uma expressão pensativa. Parece que queria ajudar, só não sabia como.
Ele era baixinho, com os cabelos bem lisos, e olhos cor de mel. Tinha um charme à parte... mas o aspecto meio inocente fazia com que parece muito novo para estar no terceiro ano.
- Olha, Soph... - ele começou - Não tem motivo pra que você se sinta assim. Todos nós sabemos que a Luísa só namora com o Caíque pra se exibir. Ele merece coisa melhor, se é que me entende... Acho que alguém deveria esfregar isso na cara dela. - ele deu uma piscada um pouco sugestiva para Sophia.
Foi preciso que ela reunisse todas as suas forças para sair do lugar, e mais um pouco para conseguir pensar em argumentos bem fundamentados. Quando chegou bem perto de Luísa - que estava cercada por outras meninas sem personalidade - ela tirou seus óculos, e soltou os cabelos, de maneira que ficava mil vezes mas bonita, e sedutora do que Luísa. A garota olhou pasma para Sophia, que começou a falar:
- Sabe Lu, acho que nós podemos jogar um jogo, para relembrar os velhos tempo, que tal? - disse sarcasticamente - Eu escolho o jogo da verdade, que tal?
Luísa estava com uma expressão confusa.
- Mas que porr... - ela foi interrompida.
- Bom, nem sei por onde começo... que tal na parte em que uma verdadeira biscate como você namora o menino mais doce e bonito de toda a escola, mas somente para exibição como troféu? Ou que tal que você não seja digna de sentimentos para desprezar a sua melhor amiga, como se ela não existisse? Bom, aqui vão mais algumas verdades; sua amiguinha cresceu. E seu namoradinho, foi buscar o que ele não tinha com você, nela. E quer saber, foi muito melhor. Sabe garota, você não é tudo isso. - Sophia terminou seu discurso com a melhor sensação possível. Estava mais auto-confiante. Deu as costas à Luísa, e caminhou pelo corredor com aplausos e assovios de pessoas que tinham as palavras dela como suas.
- Eu não podia ter pensado em algo melhor - Lippe disse, enquanto abraçava Sophia, com certo orgulho.
Os dois caminharam juntos, em direção às suas primeiras aulas, rindo de como Luísa tinha ficado com cara ódio sabendo o quê as pessoas pensavam dela. Estavam tão distraídos, que Sophia não percebeu quando esbarrou em uma pessoa.
- Ah, desculpa, foi sem querer! - ela se desculpou olhando para a direção onde a pessoa estava. Era Caíque.
- Não foi nada, Soph... - ele respondeu um pouco envergonhado - Ahn... eu fiquei sabendo sobre a sua "pequena" discussão com a Luísa.
Sophia não sabia como reagir, o clima entre os dois havia ficado um pouco tenso desde a noite passada.
- Obrigada, mas eram coisas que todos queriam falar, mas não tinham coragem. Na verdade, o Lippe quem me de encorajou - ela sorriu sem graça enquanto apontava para seu mais novo amigo.
Em Caíque, percebia-se que um certo ciúme havia surgido. Sophia na verdade não achava ruim. Não que tivesse alguma intenção com Lippe, mas servia para que Caíque percebesse o quê estava perdendo.
- Bom, eu já vou indo, a gente se fala depois? - ele perguntou esperançoso.
- Não sei - respondeu Sophia - Quem sabe quando você me der alguma certeza de que você não tem mais nada com a Luísa...
Após isso, Sophia saiu andando, ignorando qualquer que a pudesse seguir, pois se contimuasse ali perto, acabaria desabando em lágrimas. Ela gostava de Caíque. Gostava mesmo dele, talvez o amasse, mas era orgulhosa demais para admitir. Precisava começar a pensar em uma vida em que Caíque não interfirisse, pois assim seria melhor. Doeria, mas teria que se acostumar. Ele não era dela, e jamais seria, essa era a mais triste realidade.


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