terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Capítulo 7


A tarde de Sophia e Digo foi totalmente dedicada à festa que aconteceria a noite. Passaram horas no supermercado comprando bebidas, salgadinhos, bebidas, e... Mais bebidas. A intenção era perder o controle, e eles realmente conseguiriam.
Chegando em casa, os dois se dividiram em funções. Rodrigo ficara encarregado arrumar a comida em vasilhas, colocar as bebidas no gelo - e coisas do tipo - e Sophia cuidaria da decoração.
A casa da família Bittencourt era bem ampla, se é que se pode assim dizer. O pai de Sophia era dono de uma empresa muito bem sucedida no ramo de ações, o quê garantia à família uma vida luxuosa. A mãe, tinha como ocupação viajar pelo mundo com suas amigas vítimas da sociedade, e foi em uma dessas viagens - a que aconteceu neste final de semana - que ela decidiu levar o pai de Soph, o quê significava: party hard.
A sala, onde seria o ambiente principal da festa , foi cuidadosamente decorada com luzes pelas paredes - ideia de Soph. Os objetos mais preciosos foram guardados nos armários, para não correrem o risco de quebrarem. A sala ficou linda, toda iluminada, mas o cômodo ao qual Sophia havia se dedicado mais, fora seu quarto. Velas vermelhas foram espalhadas por todas as superfícies, e pétalas de rosas foram postas ao chão, e em cima de sua cama. Aquela poderia ser sua noite de sorte, mas se não fosse, outro alguém, como seu irmão, poderia desfrutar do aconchego de seu esconderijo.
Por volta de sete horas, Soph começou a se arrumar. Tomou um longo banho, o qual a maior parte do tempo foi usada para pensar em sua vida. Ao sair, secou seus longos cabelos, e foi até seu closet procurar uma roupa para vestir. Depois de muito experimentar, e jogar roupas no chão, acabou se decidindo por uma mini saia preta, e blusa branca de ombro caído, com os dizeres "keep calm, and kiss me". Nós pés, usava um sapato de salto - não que precisasse, pois já era alta - preto. Sophia queria parecer mais sensual do que o normal, quando ia pra escola. Então, decidiu usar um sutiã vermelho rendado por baixo de sua blusa, de forma que ficaria levemente à mostra, mas sem ficar vulgar. Estava linda, e poderia conseguir o garoto que quisesse durante a festa.
Quando era mais ou menos nove horas, Lippe chegou e Sophia foi recepcioná-lo:
- Caralho, Sophia! Você tá muito gata! - Lippe estava tão surpreso, que seu queixo até caiu.
- Vai se fuder, Felippe, entra logo, antes que todo mundo chegue! - Sophia respondeu dando um tapa em seu amigo.
Os outros convidados foram chegando aos poucos, e em menos de uma hora, a casa estava lotada de gente, alguns até desconhecidos.
A música estava alta, e dava pra perceber que todos estavam se divertindo. Na maior parte do tempo, Sophia ficou perto de Lippe, bebendo, rindo, e dançando. Rodrigo havia sumido à alguns minutos, mas Soph sabia que ele estava em seu quarto, fazendo sabe-se lá o quê, com sabe-se lá quem.
Do outro lado da sala, estava Caíque. Ele estava meio perdido, procurando por Sophia, e no meio da sua agonia de sentimentos, já havia bebido alguns vários copos de vodka. Resultado: Caíque e Sophia estavam bêbados, no mesmo ambiente. Era a chance perfeita para Digo e Lippe colocarem seu plano em ação.
Passaram a semana inteira pensando em um jeito de fazer Sophia e Caíque finalmente ficarem juntos, e aquela era a oportunidade perfeita. 
Lippe deixou Sophia sozinha por alguns minutos para ir até o quarto de Rodrigo, para avisar que Caíque estava na festa. Foi só ele virar as costas, que Sophia estava dançando descontrolada em cima da mesa de centro com alguns 3 meninos. Com certeza ela havia perdido o juízo, e não se lembraria de nada no dia seguinte.
Após subir as escadas, Lippe se dirigiu ao quarto de Digo e se deparou com uma cena um pouco constrangedora. Não foi o quê imaginava que estava acontecendo no quarto. Parece que a menina que acompanhava Rodrigo, Claire, tinha bebido demais, e agora vomitava na cama de Digo, enquanto ele observava com nojo.
- Cara, você vai querer ver a sua irmã dançando feito uma louca em cima da mesa, ou prefere ajudar essa aí a se limpar? - Lippe disse rindo.
- Acho que nenhuma das duas! Vejo a Sophia dançando feita uma louca todo dia, quando ela se tranca no quarto. 
- A única diferença, é que o Caíque não vem pra sua casa todo dia, manezão.
- Caralho Felippe, porque você não disse logo? Corre, cambada!! - Rodrigo disse levantando da cama. Já estava na porta, quando virou e dirigiu o olhar a Claire - Me liga depois, viu?!
Os dois garotos desceram correndo as escadas, e se depararam com uma cena inimaginável em tais circunstâncias; Caíque havia subido na mesa, e agora beijava Sophia. Tudo aconteceu de uma maneira mais fácil do que eles haviam planejado.

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Sophia Narrando
Eu realmente estava me divertindo na festa. Confesso que havia bebido mais do quê podia, mas que se foda. 
Estava conversando com Lippe, quando de repente ele some. Pra falar a verdade, eu preferi que fosse assim. Ele estava me controlando demais, dizendo que já tinha bebido muito... eu precisava aproveitar. Não me sentia livre e confiante como me sentia à séculos. Foi então que resolvi me entregar à música, e fui dançar em cima da mesa. Logo, mas alguns três garotos - lindos, diga-se de passagem - se juntaram a mim. Estava tudo muito bem, até que eu avistei Caíque. Tentei evitar que ele me visse, então virei de costas para a direção onde ele estava, e fiquei com meu rosto colado ao de um garoto chamado Matheus. Não sei se ele achou que estava dando mole, mas quando percebi, ele estava vindo para me beijar. O empurrei com uma força maior do que a pretendida, e ele acabou caindo da mesa. Já era de se esperar, mas estava mais bêbado do que eu. Por um momento, todos que estavam na sala olharam em minha direção, inclusive Caíque. Em questão de segundos, ele estava em cima da mesa, ao meu lado. Eu tentei evitar, mas não conseguia, pois Caíque tinha certo poder sobre mim... ele me atraía apenas pelo olhar.
- Soph... a gente precisa conversar. - ele disse, e pude sentir imediatamente pelo hálito, que ele estava bêbado.
- Jura?! Mas eu não quero. - respondi sarcasticamente.
- Se você não quer, deixa eu fazer outra coisa, que eu sei que nós dois queremos. - eu já imaginava o quê ele faria, mas confesso que quando ele me beijou, foi a melhor surpresa da minha vida.
Por um momento, eu havia esquecido de tudo o que havia acontecido em relação à Luísa. Fora o melhor beijo da minha vida. Eu estava derretendo por dentro. Tinha certeza do quê queria fazer a seguir. Era uma certeza dominada pelo efeito do álcool, que me deu certa coragem.
- Eu quero fazer algo mais com você. - sussurrei ao ouvido de Caíque - Me siga.
Descemos da mesa, o guiei pela multidão enquanto estávamos de mãos dadas. Passamos por Digo e Lippe, que estavam extasiados olhando para mim. Dei uma piscadela para eles, que apenas riram. Os dois planejavam isso faz tempo, eu já sabia, e finalmente iria acontecer.
Quando finalmente chegamos em meu quarto, as velas vermelhas já estavam acesas, e o aroma de rosas dominava o ambiente. Eu finalmente teria aquele que eu amo.

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